“Da Colômbia para o Mundo”: um programa de cooperação para a construção da paz
O objetivo da iniciativa é reforçar capacidades nesta matéria, na perspetiva do Sul Global.
A Colômbia adquiriu uma vasta experiência e reforçou as suas capacidades institucionais no domínio da construção da paz. Apesar de décadas de violência, o país liderou um processo de paz integral que pode ser partilhado com outros países com desafios semelhantes, nomeadamente no que se refere ao desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), bem como à prevenção do recrutamento forçado, atenção às vítimas e outras questões relevantes para a segurança e a estabilidade dos territórios.
Há vários anos que o país tem vindo a realizar intercâmbios técnicos com parceiros ibero-americanos e de outras regiões em desenvolvimento sobre estas matérias. Neste sentido, a Agência Presidencial de Cooperação Internacional (APC Colômbia), o Ministério das Relações Exteriores e o Departamento Nacional de Planificação – que promovem o Sistema Nacional de Cooperação – impulsionaram o Programa Da Colômbia para o Mundo. Através deste programa, criaram em conjunto “estratégias sólidas e inclusivas que empoderam as comunidades dos países parceiros da África e da Ásia, tornando-as protagonistas-chave da transição para sociedades prósperas, justas e em paz duradoura” (APC-Colômbia, 2025a).

Também contribuem para o Programa a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Corporação PROCASUR, esta última dedicada a melhorar o desempenho das políticas, programas e projetos de desenvolvimento que melhoram a vida económica, social e ambiental da população rural (PROCASUR, 2025a). No âmbito do Programa, é de salientar a incorporação transversal de abordagens territoriais, diferenciais, de género e de diversidade sexual, bem como a perspetiva interseccional (APC-Colômbia, documento interno), o que garante uma abordagem multidimensional dos desafios associados à consolidação da paz.
Esta iniciativa de CSS utiliza a metodologia da Rota de Aprendizagem para garantir a transferência contextualizada de conhecimentos práticos e combina a gestão do conhecimento local com o intercâmbio técnico entre pares e profissionais (APC-Colômbia, 2025b).

Mais especificamente, o itinerário da Rota engloba a elaboração de um portfólio de conhecimentos que podem ser partilhados, a adaptação desses conhecimentos a contextos específicos, viagens de aprendizagem imersiva nos territórios, acompanhamento institucional contínuo e, no centro da Rota, uma formação experiencial de sete dias na Colômbia, que culmina com o desenvolvimento conjunto de Planos de Ação para pôr em prática as novas abordagens e ferramentas nos países de origem.
A primeira Rota de Aprendizagem teve lugar no final de 2024, com a participação das Filipinas, Camarões, República Democrática do Congo e Nigéria. As instituições colombianas participantes foram a Agência para a Reincorporação e Normalização (ARN), a Agência para a Renovação do Território (ART) e a Unidade de Atenção e Reparação Integral das Vítimas (UARIV).

Como resultado, foi elaborado um plano de inovação que inclui sistemas de reincorporação socioeconómica sustentável, modelos de participação comunitária, fundos para a paz, mecanismos de reparação para as vítimas e ligação ao setor privado: “Durante 2025, com o acompanhamento técnico da equipa organizadora, estas delegações trabalharão na adaptação das estratégias aprendidas, dando prioridade à implementação de ações concretas que promovam uma paz inclusiva e sustentável” (PROCASUR, 2025b). Além disso, a Rota deste ano incidirá no papel das mulheres e das pessoas com orientações sexuais e identidades de género diferentes.
Abril de 2025
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Fonte: SEGIB a partir de Agências e Direções Gerais de Cooperação, APC-Colômbia (2025a) (2025b) e PROCASUR (2025a) (2025b).
Fotografias: PROCASUR (2025).