O Uruguai e o Brasil trocam experiências em matéria de educação audiovisual

Docentes e estudantes realizam progressos de inovação educativa através do reforço de aptidões e competências em matéria audiovisual.

Para garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, tal como referido no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4, uma das questões-chave é a inovação aplicada às diferentes modalidades de aprendizagem.

Nesse sentido, a pandemia da COVID-19 mostrou como ainda é necessário muito trabalho para que todas as pessoas possam aceder a uma educação de qualidade, ininterrupta e adaptada aos novos contextos em que os cidadãos vivem cada vez mais em espaços não presenciais e acedem de forma diferente à aprendizagem.

A este respeito, o ensino audiovisual assume uma importância especial num mundo onde o uso das imagens está presente no dia-a-dia de quase todas as pessoas e especialmente no dos estudantes. Esta hipótese é confirmada por várias investigações, tais como a do Dossier Perspetivas 2015. O uso do audiovisual nas aulas, ao concluir que: “se a imagem e o audiovisual se integram no ensino, alteram não só a forma de ver e analisar o mundo, mas também a de o estudar, transmitir, aprender sobre ele e interagir com a realidade e com os outros” (Gabinete de Comunicação e Educação da Universidade Autónoma de Barcelona, 2015, pág. 6).

Neste quadro, destaca-se uma iniciativa de Cooperação Sul-Sul Bilateral realizada entre o Uruguai (recetor) e o Brasil (ofertante) acerca do ensino audiovisual como meio para a inovação em matéria educativa. O projeto, aprovado no quadro do Programa Bilateral 2018-2020, tem por objetivo melhorar a qualidade do ensino primário e médio, a partir da aplicação de metodologias de ensino inovadoras, baseadas na educação audiovisual e na incorporação de novas ferramentas tecnológicas para o desenvolvimento da cidadania digital (AUCI, 2021). A Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro (UFF) e a Direção Geral de Educação Técnico-Profissional do Uruguai (UTU) lideraram os intercâmbios, que também envolveram o LabEducine Unespar de Curitiba (Brasil) e o programa uruguaio de formação audiovisual Cineduca, destinado aos estudantes e professores dos cursos de magistério e de professorado de todo o país.

De acordo com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), esta iniciativa tem como antecedente um workshop de socialização com o Cineduca do Uruguai, da experiência brasileira “Inventar com a diferença” (projeto de cinema, educação e direitos humanos) e no qual participaram 3 técnicos brasileiros (ABC, 2021).

A partir desse primeiro encontro, realizou-se um conjunto diverso e criativo de atividades, tais como workshops dirigidos a professores de escolas públicas, onde por exemplo se destaca a realização de uma maratona audiovisual na qual 42 estudantes dos dois países apresentaram as suas curtas-metragens, elaboradas previamente à distância durante 3 dias e que refletem o relato e as narrativas coletivas do seu próprio território (AUCI, 2021). É de salientar que, ao longo do projeto, se efetuaram trabalhos com escolas dos dois países sobre o dispositivo “Filme-Carta”, metodologia de educação audiovisual na qual os alunos filmam a sua correspondência em função de um tema e a enviam através da web para destinatários de outro país (ABC, 2021).

A seguir, encontrará uma amostra audiovisual desta interessante iniciativa:

Setembro de 2021

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Fonte: SEGIB a partir da Agência Brasileira de Cooperação – ABC (2021), Agência Uruguaia de Cooperação Internacional – AUCI (2021) e Gabinete de Comunicação e Educação da Universidade Autónoma de Barcelona (2015).

Fotografia: Compare Fibre em Unsplash