Salvaguardar o património genético através da biotecnologia
O Equador reforça a sua capacidade para conservar recursos genéticos em parceria com a Costa Rica e Espanha.
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A biotecnologia utiliza sistemas biológicos e organismos vivos ou derivados para modificar ou criar diversos produtos ou processos (Centro de Biotecnologia do Chile, 2022). Algumas das suas vantagens são o aumento da produção de alimentos, anticorpos, hormonas, recuperação de ecossistemas e conservação genética de espécies (através de bancos de germoplasma).
Os bancos de germoplasma são de particular importância por conterem uma coleção de material vegetal vivo, sob a forma de sementes e esporos, que servem para localizar, recolher e conservar plantas consideradas de interesse prioritário (Fundação Descubre, 2022). Para além de contribuírem para o conhecimento científico e para otimizar a conservação e utilização dos recursos fitogenéticos, esses bancos contribuem para a segurança alimentar e a agricultura sustentável (Fundação Descubre, 2022).
De acordo com o Instituto Nacional de Biodiversidade do Equador (INABIO), o país andino é um dos que concentra a maior biodiversidade biológica do mundo e simultaneamente enfrenta diferentes ameaças. Em consequência, a sua conservação foi considerada de interesse estratégico para o Estado equatoriano (INABIO, 2021).
O projeto “Fortalecimento de capacidades para a implementação do Banco Nacional de Germoplasma do Equador”, em cooperação com o Centro de Investigação de Biotecnologia (CIB) do Instituto Tecnológico da Costa Rica (TEC), foi incluído na Fase IV do Programa de Cooperação Triangular entre a Costa Rica e Espanha na América Latina e no Caribe. Esta iniciativa enquadra-se no âmbito da Transição Ecológica, recuperação verde e descarbonização do Acordo entre Espanha e a Costa Rica (AECID, 2022).
Assim, entre 2021 e 2022, foram realizadas várias missões técnicas no Equador e na Costa Rica, bem como algumas jornadas virtuais de diálogo. Mais concretamente, foram efetuadas capacitações práticas em biotecnologia vegetal para a criopreservação de sementes, e foram analisadas as estratégias implementadas pela Costa Rica para a valorização e utilização da sua biodiversidade (Relatório de encerramento do projeto, 2022).
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Além disso, os intercâmbios permitiram alargar os laços de colaboração entre as instituições dos dois países, incluindo diversos agentes, tais como produtores locais, institutos de investigação, faculdades de biotecnologia e ciências agrícolas e gabinetes governamentais responsáveis pela gestão dos recursos genéticos (Relatório de encerramento do projeto, 2022).
É de salientar que, a nível regional, existem outras iniciativas semelhantes, tal como a desenvolvida pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) da Colômbia: “Sementes para o Futuro”, que irá conservar a “riqueza genética” de mais de 67 000 amostras de plantas diferentes e faz doações de sementes a países com falta de alimentos da África Oriental, Europa de Leste, Oceânia e outros países da América (El Español, 2021).
Por último, através deste projeto, o Equador, a Costa Rica e Espanha contribuem sobretudo para o cumprimento do ODS 15 (Vida dos Ecossistemas Terrestres) e também para o ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestruturas) e ODS 2 (Erradicar a Fome).
Agosto de 2023
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Fonte: SEGIB a partir das Agências e Direções Gerais de Cooperação, AECID (2022), Centro de Biotecnologia do Chile (2022), El Español (2021), Fundação Descubre (2022), INABIO (2021).
Fotografias: Relatório de encerramento do projeto e Direção de Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores e do Culto da Costa Rica.