Fortalecimento de capacidades da Província de Buenos Aires, a partir da experiência colombiana “Saber Fazer Colômbia”

Os intercâmbios Col-Col promovem processos de desenvolvimento local e o empoderamento dos territórios.

Com o objetivo de aproveitar as lições aprendidas nas regiões para abordar diferentes problemas e contribuir para o desenvolvimento local, a Agência Presidencial de Cooperação Internacional da Colômbia, APC-Colômbia, desenvolveu uma carteira de práticas territoriais e guias metodológicos para documentar, classificar e validar experiências de paz e desenvolvimento local. Estes recursos e metodologias denominam-se “Saber Fazer Colômbia”, e podem ser utilizados no âmbito de várias modalidades de cooperação, entre as quais podemos destacar a Cooperação Col-Col, que consiste no intercâmbio de conhecimentos entre dois ou mais agentes nacionais ou locais da Colômbia para reforçar as capacidades e contribuir para a paz e o desenvolvimento local (APC-Colômbia, 2022a).

Para além de estruturar e executar programas e projetos tradicionais de ajuda pública ao desenvolvimento, os cooperantes da Cooperação Col-Col têm a oportunidade de apoiar técnica e financeiramente o intercâmbio de conhecimentos concebidos, estruturados e implementados a partir e para o âmbito local. Daí o nome Col-Col, ou Colômbia ensina a Colômbia (APC-Colômbia, 2022b, Página 3). De acordo com a Agência, através da Cooperação Col-Col:

Também se promove a integração social, cultural e política entre territórios, comunidades, habitantes e agentes locais relevantes, que não estão habituados a interagir nem a dialogar sobre os seus problemas e necessidades, devido, entre outras, à distância geográfica, à ausência de espaços de encontro (redes, associações, federações) e a razões financeiras (APC-Colômbia, 2022b, Página 5).

Trata-se, portanto, de aproveitar todas as experiências e conhecimentos acumulados gerados nos territórios a partir de diferentes problemas de desenvolvimento e que podem ser partilhados com outros, reforçando os processos comunitários e de desenvolvimento local a médio e longo prazo. Um dos aspetos centrais dos intercâmbios é a sistematização dos processos através de um conjunto de ferramentas metodológicas desenvolvido pela APC-Colômbia, que também inclui instrumentos de avaliação, tais como indicadores para a monitorização dos resultados.

Esta experiência de CSS descentralizada foi partilhada pelo país andino com outros parceiros ibero-americanos, tais como a Argentina. Especificamente, procurou-se promover ações que envolvessem os 1.345 municípios bonaerenses, fortalecendo a Direção Provincial de Planeamento e Cooperação Internacional (DPPCI) da província de Buenos Aires. O primeiro passo foi desenhar um modelo Col-Col para a entidade e adequar as ferramentas de acordo com as especificidades do caso; e posteriormente desenvolver um intercâmbio-piloto aplicando o modelo anterior.

Para alcançar estes dois resultados, foram realizadas nove atividades que permitiram aos participantes aprofundar os seus conhecimentos sobre esta metodologia, a estrutura geral do Programa, os critérios e abordagens utilizados para trabalhar com os territórios e a sua adaptação a um formato virtual. É importante destacar que até 2019, os intercâmbios Col-Col eram realizados de forma presencial nos municípios anfitriões, mas devido às condições de confinamento geradas pela pandemia e a fim de não interromper esses intercâmbios, a modalidade presencial foi adaptada para virtual. Do mesmo modo, a transferência da experiência da Colômbia para a Argentina foi feita remotamente, embora os países tenham demonstrado interesse em retomar a presencialidade e em conhecer in situ as experiências de Col-Col nos seus territórios para depois as reproduzirem na província de Buenos Aires.

Ao partilhar com outros parceiros ibero-americanos a experiência das trocas Col-Col, a Colômbia contribui para o ODS 17 (Parcerias para a implementação dos objetivos) e para o ODS 16 (Paz, justiça e instituições sólidas).

A seguir reproduzimos um vídeo publicado pela APC-Colômbia que fornece mais informações sobre esta boa prática:

Setembro de 2022

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Fonte: Agência Presidencial de Cooperação Internacional da Colômbia, APC-Colômbia (2022a) (2022b), Relatórios técnicos e SIDICSS (2022).